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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Projeto Fraldas- Mudanças de Planos(Volume 2)

 Esse Blog traz a continuação interativa do Livro Blog3k- Trollados pela Vida adulta.

Link para quem ainda não conhece:https://www.amazon.com.br/Blog-3k-Trollados-Pela-Adulta-ebook/dp/B0754KFWHS

 Como fiquei um bom tempo sem computador não havia como atualizar o Blog nem dar sequência ao livro e assim, o projeto não ficou parado e sim apenas adormecido, e agora tal como A Bela Adormecida, despertou e com ela, todos o castelo! Fiquem felizes que, ao menos, não tiveram que esperar 100 anos , tal como no conto infantil!

Eis que agora eu retorno ao projeto e Já tem uma capa e nome. Ainda trabalhando na sinopse desse livro. Todas as histórias serão depois organizadas e transformadas no Livro 2.

Porém, posso adiantar para vocês a capa e do que eu pretendo para o obra.

Ao final do Livro 1 nasceu Felipe- filho de Clayton e Cleise. Mas não é porque eles se tornaram pais que amadureceram de repente ; esse Projeto Fraldas vem falar sobre crescimento, de Felipe, de seus pais, até mesmo de seus avós ...Poque amadurecer é algo que vivemos toda a vida, não é mesmo? E não será apenas Felipe o único bebê nessa história... mas não darei mais detalhes por ora;Por enquanto, comentem,deixe suas opiniões sobre o rumo da história e ajudem a formar essa narrativa.

As primeiras ´pstagens do Blog são introdutórias e cada capítulo é numerado. Sugiro que acompanhe a ordem de leitura;

Sendo assim, apresento-lhes a capa, seguindo o mesmo modelo da capa do volume 1, feita pela capista Catrine Vieira. Não ficou linda? E aguardem, vem muita história por aí!☺

ass: Michelle Louise Paranhos



Capítulo 7-Amor em cores


Cleo

Entrei no antigo quarto de Carla e que agora Clayton transformara em Ateliê.
O quarto estava vazio  desde que ela se decidira por transferir a faculdade para a Bahia e assim ficar mais próximo dos pais dela, Gisela e Carlos.
Não convivi muito com Carlos, quando ele Gisela e a Carla ainda moravam aqui, no Rio. O pouco que me recordo dele foi a partir do que Gisela contou. 

Voltei a me concentrar nas telas assinadas por Clay. .
 Havia ainda algumas canecas na estante. Sobras do tempo que ele fazia canecas artísticas para vender para a obra assistencial da igreja de Lizete. 
Mas são as telas mesmo que revelam como ele tem talento mesmo  para isso....

Aproximei-me um pouco mais. Carla comentou sobre a tela ainda por finalizar, que está no cavalete... Era possível perceber, assim de perto, a direção da pincelada, as camadas sobrepostas.
Ainda que nenhuma daquelas telas tivesse recebido o nome Cleise, não era difícil perceber que era ela a principal fonte de inspiração . Em algumas delas, também se podia ver Felipe, sempre retratado ao lado da mãe.
Cores fortes, vibrantes.

A tela inacabada  trazia o olhar de Cleise em evidência.
N assemelhava-se àquele cheio de olheiras, resultado das noites insones, e que se transformara numa pálida versão da mulher diante de mim. A Cleise real sequer imaginava que seu rosto emoldurava cada canto daquele ateliê, adormecida no quarto ao lado, num raro momento de paz.

一 Será que você percebe que não revelar seus sentimentos é aquilo que mais o afasta dele?- perguntei para mulher do cavalete, olhando fixamente para mim-, Ele, ao menos, libera seus sentimentos através da pintura.
 E ela por sua vez, libera a tensão percorrendo seus ágeis dedos pelo teclado, nas raras vezes que se permite ficar afastada de Felipe para cuidar de si mesma. Mas. é você quem ele quer.  Porque não conversam um com outro? Não seria bem mais simples?- questionei-a.-Tantos casamentos recorrem aos filhos como tábua de salvação, e quando percebem que filho não resolve crise conjugal- e , na maioria das vezes, só intensifica os problemas.
Era como se a simples presença deles tiver o poder de uma grande lente de aumento sobre os problemas nunca discutidos pelo casal. E aí...e aí terminam na porta do meu consultório. 

Sentei na poltrona em frente à enorme tela com o rosto de Cleise, de perfil. 
Azul, rosa e um tom de amarelo se sobressaía na tela...Linda. Será que  ao menos o retrato dela seria capaz de me ouvir e entender o que digo?

Balancei a cabeça em negativa.

Lembrei-me de Margarida com a idade de Cleisemir, pouco antes de engravidar. 
Eu  era muito nova ainda,, não percebi como Margarida deve ter se sentido perdida...
Às voltas com início de faculdade.. Além disso, Paula e eu vivíamos tendo que nos encontrar às escondidas como duas adolescentes...Foi em Paula que Margarida se apoiou naquela fase. Afinal,Paula havia retornado a pouco tempo com seu irmão caçula temporão a tiracolo...Irmão...quantas mentiras!

Foi difícil engolir que Paula tivesse engravidado, depois de tudo que a gente vivia juntas desde o curso Normal no Instituto de Educação. Lizete assumiu o próprio neto como filho até que a verdade veio à tona...Paula me pediu perdão...Pelo menos isso, daquela vez...

Aceitei o filho dela para criarmos juntos e eu o amo como meu filho. Eu a perdoei e olha só no que deu...
❤❤❤
Respirei fundo, especialmente quando meu olhar se deparou com uma garrafa de rum pela metade na estante do quarto. Clay andava bebendo...Eu o via indo pelo mesmo caminho de Paula...

Fui até a cozinha buscar um copo.Voltei, me servi da bebida e voltei a me sentar diante da tela. Meu pensamento voltou  a vagar. 

As pinturas dele parecem ter esse poder, e novamente me vejo imersa em pensamentos.

Por ser mulher geralmente são elas, as mulheres, que mais me procuram para contratar meus serviços advocatícios,motivadas pela identificação sexual. 

Normal. Mulher prefere ser atendida por uma profissional do mesmo sexo.

Acham que advogados do sexo masculino vão se aproveitar das fragilidade delas para as assediar.

 Quando me veem assim, de Tailleur completo e salto alto, como manda o figurino apropriado ao Fórum, então elas supõe que eu seja... Feminina, e isso as deixa à vontade comigo.

 Bem, eu sou mulher- bebi um pouco do uísque- e sou feminina sim.. 

Sorri, balançando o copo e fazendo o gelo no interior da bebida girar em cículos.

 Gosto tanto de ser mulher que são elas, as mulheres, minha fantasia e fonte de inspiração.

Eu tenho isso muito definido em minha mente, mas nem sempre as coisas são assim tão claras.

 Clayton passou por um período de experimentação antes de se decidir pela Cleise e Paula...Ah! Paula... Paula ficou muito tempo ao meu lado antes de se definir pela bissexualidade. 

Se até para ela há confusão, quem dirá para quem não está habituado a discutir esse assunto, como os avos de Felipe ,tanto Lizete e Paulo quanto... Lizete e Paulo não, não seriam eles os avós de Felipe...

Paula e eu? Estranho pensar assim. Mas- concluo-  somos eu e ela,realmente avós dessa criança, ao lado de Margarida e Roberto.

  Tanta confusão e preconceito. Casar-se com um homem apenas para ser aceita socialmente.

Não consigo acreditar que Lizete e Paulo preferem que a filha seja infeliz ao lado de um homem, do que feliz ao meu lado,por eu ser  uma mulher.
Não acredito que Paula tenha se tornado assim agora, apenas na maturidade.

 Sexualidade é algo que já nasce conosco, não é algo decidido com a mente e que se possa mudar de repenteNão sei a quem ela pensa que engana...Até que está durando esse casamento, já passou uma ano, vejamos quanto tempo mais...

  Será que mudar mesmo a ateliê para meu apartamento será uma boa ideia ou será mais um motivo para afastar Cleise e Clay? O que é melhor fazer?

Peguei a garrafa e o copo para levá-los para a cozinha.

Vamos ver o que ele fará quando perceber que a garrafa já não está aqui.


    A porta do quarto de Cleisemir estava encostada e ela ressonava . Pela primeira vez, Felipe não dormia na cama de casal e sim no berço. Progresso.





Nota da autora: Para quem está começando a acompanhar a história daqui, Cleo é a mãe por afinidade de Clayton. Cleo foi casada por muitos anos com Paula, a mãe biológica de Clayton, cuja paternidade é desconhecida.

Clayton sempre viu Cleo como sua mãe real, já que ele a a mãe biológica foram criados como irmãos.Agora é ele quem se vê ás voltas com a paternidade e nem ele, nem Cleisemir, lidam bem com essa nova realidade.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Capítulo 6 - Retratos

Carla   

 Após examinar as telas em sequência eu tive uma súbita compreensão - ou insight como se dizia na faculdade -, daquelas obras de arte  diante de mim.
    Cleise e mesmo Felipe estavam ali , retratados em cenas furtivas onde não sabiam que eram alvo do olhar artistico de Clay.
     Ainda que eu adivinhasse a resposta , precisava  confirmar minha análise :
    一 A Cleise sabe que foi retratada nas diversas fases da gravidez ?
    一  É claro que não,  ora ! Era para ser uma surpresa e ...

      Eu não disse nada,  mas mesmo assim ele bufou ao ver  meu olhar de descrença :
 一   Certo , Carla ! Não foi só  por isso !É que eu não sabia se ia ficar bom mesmo! Era meu primeiro retrato e nunca estudei pintura pra valer...você sabe disso...A primeira foi uma inspiração que surgiu do nada,  sabe? A gente tinha discutido e aí. ..

    Ele parou de falar e fechou a cara. De repente, começou a esbravejar :

    - Não me olha assim não! Você me perguntou sobre os retratos, não foi ? E  estou falando sobre eles. Porque esta com essa cara de quem não acredita numa só palavra que eu disse? 

   - Eu, Hein! Mas eu nem te interrompi Clay!  Sem essa !
   - Sem essa você!  Desde que se formou em psicologia ficou toda cheia de si achando que sabe tudo de tudo que acontece com a gente.
 Se não quer saber do que tenho pra falar e vai ficar duvidando das minhas explicações , vou ficar quieto e voltar pra minha tela ! 
   - Clay,.por Deus ! Você está muito chato viu ? Não é à toa que está tão difícil de você se entender com a Cleise. Está totalmente na defensiva Clay e...
   - Eu não estou na defensiva porra nenhuma ,Carla ! - ele vociferou , antes de jogar o pincel dentro do pote com água.
    A água respingou sobre a tela e sobre o avental dele

     - Para de me analisar, merda! Não sou seu paciente! 


    Eu fiquei quieta , não só para ele se acalmar como  para conseguir ler a cena  diante dos meus olhos...

    O avental dele ,que sempre fora de um branco imaculado, agora estava todo respingado de tinta .

    Esse não era o Clay que conheci, maníaco por limpeza e organização e que me deixava louca porque sempre que eu procurava algo nunca estava onde eu deixara, depois de passar pela inspeção Clay. 

     Ao invés disso, agora ele pegava tudo e resolvia arrumar  pra depois eu não conseguir achar mais nada dentro do apartamento!  

    Quantas brigas tivemos motivadas pelo senso de organização de Clay em ação? Meu amigo só poderia ter sido abduzido por alienígenas que deixaram esse cara insuportável no lugar!

      Levei os dedos indicadores e polegares  até as têmporas e massageei-as para me acalmar . 

      O problema estava ali e se não era tão  fácil  de perceber. ..Entender era bem simples!

    Ele não estava lidando nada bem com a chegada de Felipe e Cleise que por sua vez , estava estafada.

    E imersos no problema até a raiz dos cabelos , não conseguiam enxergar o que para mim parecia ser tão óbvio. 

    Eu sai do quarto para respirar  e não disse nada. 

     Dirigi-me à cozinha.

     Atarefada , tia Cleo se movimentava de cá pra lá e nem reparou na minha presença. 

     E a música que estava sempre tocando no rádio  ou saía do violão afinado de Clay , embalando nossas brincadeiras até tarde da madrugada...Adorava cozinhar ouvindo música... Onde foi  parar tudo ?

    A casa  estava triste e o resultado estava ali , bem diante de nossos olhos. Sentei na cadeira da cozinha .  

      Aquele que chegou a ser o meu lugar preferido do apartamento também  estava diferente .
       Projetada originalmente no estilo americano,,a cozinha de outros tempos  era uma extensão da sala.

     Um balcão de madeira  servia tanto como divisor de ambientes e aparador dos pratos na hora da refeição como era perfeito  para receber o preparo de alguma refeição ligeira.
    Eu conheci bem aquela cozinha em outros tempos .
    Durante um ano  preparei os pratos que acompanhava nossos momentos de brincadeira, nossas conversas ...A gente brigava?  Com certeza ! Mas nunca experimentamos esse nível de tensão. 

     E o que é mais estranho é que tudo isso está justamente acontecendo agora-naquele que deveria ser o momento mais feliz na vida de todos .

     Eu precisava agir mas não não sabia o que fazer. ..Não ensinam  isso na faculdade! 

    - Oi , minha querida ! Está aí há muito tempo ? Não vi você chegar...

    - Oi,tia Cleo!  A coisa está meio tensa lá dentro né?  Deixei aqueles dois e vim aqui para respirar um pouco....Não sabia que estava tão difícil assim!  Se continuar desse jeito nem sei o que vai acontecer...

    Cleo enxugou as mãos no pano de copa pendurado num puxador fixado no azulejo  sobre o fogão e veio até onde eu estava. 

     Puxou uma cadeira  e se sentou ao meu lado :

  __  No início eu tentei conversar com cada um em separado  mas ficou tão difícil que eu me afastei um pouco. Clay está irreconhecível. Ele e a Paula mal se falam desde que nos separamos e ela se casou com aquele cara . ...Mas não quero falar nisso , se não se importa...

     Suspirou com pesar antes de emendar a fala para que eu não tivesse tempo de perguntar nada : 

 __Bom, vamos ser francos : nenhum dos dois estava pronto para ser pai. Nada disso é dito claramente durante curso de gestantes ...Nem nas inúmeras revistas que Cleise lê para tentar entender esse momento. Como se fossem falar sobre a parte  real da maternidade ..

  " Por outro lado , não é sempre assim . Se nem todos os momentos são de alegria também não são só de tristeza . Eles precisam conversar mas já não sei o que fazer. Clay se tranca naquele quarto há dias feito um adolescente e não me permite entrar lá nem para arrumar.  Sei que ele tem dormido lá  também,  porque eu o vi levar lençol e travesseiro para lá. Pensei que seria durante o período de resguardo e que isso logo se resolveria . Mas essa fase já passou e ele continua agindo assim. Não são mais um casal...Você já é adulta, minha querida , não preciso ser mais explícita,  não é? - Disse,  piscando o olho".

    Sorri e me senti corar. É estranho falar de sexo  com tia Cleo. Minha mãe nunca falou sobre isso ...Quer dizer...falava sim.Que eu deveria permanecer virgem até o casamento e ela não ficou nada satisfeita quando fui morar com Mateus um pouco antes do casamento. ..Eu temei e o resultado ? O canalha do Mateus resolveu me trair naquela que  seria nossa cama ...A viagem marcada pra lua de mel ...A vergonha ..Não quero lembrar desse passado....

  __  Carla ! Carla! Está me ouvindo ?

  __  O quê?  Ah! Que foi Clay?

__   Estou tentando te falar faz um tempão mas você estava tão longe que não me ouviu...

    "Dai-me paciência que não quero brigar !" 

  __   Fala !

  __  Queria te pedir desculpa ! Vamos fingir que nada daquilo aconteceu lá dentro? 

      Sorri. Então, de um jeito bem teatral ele fez cara de surpresa antes de dizer :

  __  Uau, Carla , quando chegou da Bahia ?Era só ter avisado que eu ia te buscar de carro no aeroporto!Como foi de Viagem? E a tia Gisela e tio Carlos , estão bem ?Seu irmão Rodrigo ?

    Entrei na brincadeira e respondi sem afetação. Estava mesmo com saudade do meu amigo Clay e não desse cara destemperado que eu encontrara no Ateliê. Então ele deu a deixa :

  __    Já que você voltou eu não vejo problema em levar meu ateliê para a casa da tia Cleo se ela não se importar , é lógico. Assim você pode reassumir o seu quarto.

     Pensei nas implicações que essa proposta poderia trazer . Seria o empurrãozinho que faltava para ele retornar para o quarto do casal ?

    No mesmo instante concordei com a cabeça. 

     - Vou ter que sair para levar o Akira para passear.  Quer me acompanhar? Podemos conversar. ..

     Tia Cleo se levantou satisfeita. Mexeu na panela e comentou :

     - Antes vou dar uma olhadinha lá no quarto para ver se a Cleise precisa de ajuda...Viu que está um silêncio naquele quarto?já volto.

    Ela voltou poucos minutos depois.

  - .Estão os dois dormindo!  Finalmente Cleise conseguiu dormir ! Podem ir tranquilos!

   - Obrigada Tia Cleo!  E enquanto a gente vai lá embaixo passear com Akira , a senhora pode ajeitar a casa e até mesmo  o meu quarto ,não é? 

   Clay me olhou um tanto reticente  mas pareceu disposto a manter o bom clima que reinava agora então não retrucou.    

      Abracei tia Cleo e sussurrei em seu ouvido para só ela escutar :

   - Vai lá e olhe as telas que Clay pintou. Principalmente a que esta em fase de conclusão no cavalete Depois a gente conversa sobre isso tá? 

     Clay abriu a porta e Akira saiu todo alegre puxando a coleira  em direção ao elevador . 

    Talvez fora daquele  ambiente opressivo  meu amigo conseguisse falar sobre aquilo que o afligia . É uma chance ...Quem sabe dá certo!

      Eu estava exausta . Mal acabara de chegar de viagem e me deparei com toda aquela  confusão. 

   Porém,  eles precisavam de mim. E o descanso vai ter que esperar !

Ass: Carla


   

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Capítulo 5 - Rapadura é doce mas não é mole


Carla

Cleise deixou o quarto e caminhou em direção ao banheiro.
Seu aspecto abatido revelava muito mais que suas palavras .
Lembro-me que minha supervisora na faculdade dizia existir uma linha tênue entre ajuda e intromissão.
E que toda ajuda não solicitada é invasão de privacidade.
Nem Cleise e nem Clay pediram minha ajuda...Por outro lado,  será que eles têm consciência de que se encontram à beira de um colapso ?
Depois...
"Eles não são meus pacientes e..."
Felipe acordou ao me ouvir falar em voz alta . Ele virou de bruços no berço e se aninhou como um filhotinho de cachorro.
Dei palmadinhas em suas costas e ele pareceu se acalmar e dormiu novamente.

Eu sempre faço isso. ..
Fico falando com meus botões e quando vejo ,acabo pensando em voz alta e revelo mais do que devia às pessoas erradas...
"Tenho que tomar cuidado com essa mania..."

- ...de falar em voz alta ! Que merda,Carla.!

Ih!  Falei palavrão na frente do Felipe ! 😲


Que espécie de madrinha eu vou ser assim , desbocada? AFF!


Era o que faltavaCulpa sua,Carla! E...Agora ?!?   


Ele não voltou a dormir não e para piorar mais um pouco , resolveu mostrar que não veio a passeio!

Começou a berrar e a berrar e ...

 __Está tudo bem aí ,Carla?Cleise gritou da suíte. 

Antes que ela resolvesse sair da banheira eu respondi:


__ Está sim! 


"Que merda ,Carla , e agora ? "


Enfiei o dedo no queixo.

E o gesto deve ter colocado pra funcionar meu subconsciente ou sei lá ..Só sei que deu certo! 


"Leite !"


Dessa vez eu não falei em voz alta mas  Cleise pareceu ouvir meus pensamentos:
 __ A mamadeira já está com a fórmula e a garrafa térmica está com água fervida já. Acha que dá conta de preparar ?

Nota :

Confesso que é a primeira vez que preparo uma mamadeira e agradeci aos céus que minha amiga é mais previdente do que eu e já deixou tudo engatilhado. 

Ela sempre dizia :
 __Seja organizada ,Carla!  

E eu odiava aquilo porque ela era tão mandona, bancando a líder,  sempre resolvendo tudo , sempre a dona do jogo e agora está aqui , sem saber o que fazer da própria vida .
Para,  Carla ! Tem hora pra tudo até pra bancar a egoísta.


__ É claro que consigo , minha rainha ! - Tranquliizei-a. Eu tô lascada, issosim!

Os berros do Felipe pareciam ficar mais fortes e  minhas mãos ficaram trêmulas. 


Deixei um pouco da água cair sobre a mão.
A minha salvação surgiu na forma de tia Cleo,  que veio em meu socorro:

- Quer ajuda, Carla ? Cadê a Cleise! 


- Não,  tia Cleo,  está tudo bem! Fiquei nervosa com os berros dele e acabei me distraindo e entornando água na mão, mas ela não está tão quente quanto supus. .. A Cleise está na banheira. ...
Eu consigo dar conta. ..

- Claro que consegue , querida !


O pó ficara no fundo da mamadeira e a água na parte superior.  

Parecia um experimento de solubilidade.
Pensei que misturassem automaticamente mas...Não! 

Fiquei lá olhando para a "dita cuja", os segundos passando e o berrador lá, com o berrador aberto! 

Como pensar com um barulho desses?!?

Então,  ainda olhando para a mamadeira,  pus o dedo no queixo e  em seguida , resolvi que bastava apertar o bico com os dedos e estaria resolvido o problema!

- Você não vai fazer isso, não é?
Vai contaminar o bico com a sujeira das suas mãos. ..
- Minhas mãos não estão sujas - retruquei.
Mesmo assim não cheguei a concluir o gesto.


- Mas se não posso apertar o bico para impedir que o líquido vaze enquanto agito a mamadeira, como se faz?

"E agora ?"


Ela pegou a tampa da mamadeira e virou-a para cima. E retirou uma tampinha de plástico que nem imaginava que existisse.

- Agora , a gente recoloca isso aqui e o bico em cima e por fim , a tampa com encaixe de rosca e aperta bem . E agora coloca a tampa externa ...

" Vixe ,menina ! Tampa externa ?

De repente, o que parecia tão simples se transformou numa  parafernália de alimentar bebês!

- Nossa ,nem imaginava que existisse essa tampinha .

- Pois é ! Agora é só sacudir que o leite não vaza não!

É ela dizia isso com a maior tranquilidade como se não escutasse as centenas de decibéis que berrava e berrava! 
Retire o que falei sobre bebê calmo !

  É de enlouquecer !

- Acha que dá conta ?
- É  claro ! -Falei , sem um pingo de convicção.

Sentei na cadeira de balanço ao lado da cômoda,  pegue Felipe com todo o jeito e o aninhei em meus braços .
E dei a mamadeira.

Cleo sorriu e antes de sair do quarto,murmurou :

-  Não o deixe engolir ar !

Olhei para ela, incrédula :

- Como é? 

-Tenha certeza de manter a mamadeira com o fundo para cima .

E ela empurrou com delicadeza minha mão para cima e o fundo da mamadeira se projetou em direção ao teto, fazendo com que o líquido descesse totalmente para o bico.

- Ah! Exclamei. Mas não disse nada.

- Se precisar de mim estarei na cozinha adiantando o almoço! 

Eram tantos detalhes que ainda me pergunto porque não inventaram um manual.

- Retiro o que disse , falei baixinho para mim mesma.

" Vixe , mainha  ! Olha esse monte de revista de bebés sobre a cômoda.  É um verdadeiro manual de criar bebês!"

E onde se encaixa Clay nisso tudo ?

Felipe me olhou e aos poucos piscou e piscou e dormiu e voltou a ser o anjinho que eu conhecera. 

Deixei-o no berço.Eu já sabia o que fazer a seguir!.

❤❤❤

Dei batidas na porta e ouvi a voz do Clay. 

- Pode entrar,  Cleise ! Ah...É você? Quando chegou,  Carla ?

O pior é que ele não estava sendo sarcástico , não. Ele ainda sequer se dera conta da minha presença na casa deles! 

 Depois,  pela "amostra grátis"do trabalho que estava sendo cuidar de Felipe 24 horas por dia e sem apoio de Clay. eu tive que me controlar para não despejar tudo o que eu achava de uma vez só :

- Cheguei hoje pela manhã e sai com a Cleise um pouco dessa casa ,ela está criando mofo dentro daquele quarto. ..E na volta ela foi tomar um banho e descansar e eu dei mamadeira pro Felipe ! E você,  o que fez todo esse tempo ?!?

- Ei!  Voltou azeda assim da Bahia? Isso é jeito de falar comigo na minha casa ?

- Nossa casa, você quer dizer , por que eu voltei para ajudar a Cleise e vou ficar por aqui até a Cleise ficar bem de novo ! A Cleo precisa voltar para a casa dela , Clay! Não pode ficar indefinidamente cuidando de vocês não!  Alguma hora você vai ter que assumir sua posição de pai ,sabia? - Despejei de uma vez só. 

Esperei que ele me mandasse ficar no meu lugar ou algo assim , mas ele pareceu engolir a bronca em seco e ficou quieto.

E isso me desmontou .Alguma coisa muito séria estava acontecendo com ele e o Clay que eu conhecia se isolava quando estava com medo.

É isso!  Mas não posso ser precipitada e muito menos bancar a psicóloga com meu amigo. Ele precisa desabafar e minha função é ouvir aquilo que ele não consegue expressar !

"Somos amigos e ele não é seu paciente,  Carla "falei com meus botões de novo.

- Eu sei que deveria ajudar mais - ele falou com voz doce e sem tirar os olhos da tela-, mas eu simplesmente não sei o que fazer , nunca tive jeito com bebês!

- É claro que não!  Acha que existe uma chave que a gente aciona e de repente sabemos tudo o que precisamos saber de uma hora pra outra ? Acha que a Cleise sabe de tudo , Clay? Por favor! Ela está tão perdida quanto você,  meu caro ! E eu fui dar mamadeira pro princepezinho e descobri que tem um monte de detalhes que eu nem desconfiava!  É assim mesmo !Mas você ama a Cleise e justo no momento que ela mais precisa você a deixa sozinha ,cara? Qual é? Que cumplicidade é essa,meu rei ?

Ele não respondeu .Mas então reparei o quadro que ele estava concluindo. E era lindo !

- Você voltou com seu baianês à toda, não é? - perguntou sorrindo e em seguida voltou a falar -,  Era para eu ter dado à ela de presente de Natal mas não tive tempo de concluir esta aqui ...

Fiquei boquiaberta ...olhando. ..

❤❤❤

Olhei as demais no canto do quarto.

A mais a direita , no chão perto da janela e formando um triângulo com o rodapé,  era o retrato de Cleise de pé ,enrolada na toalha , diante do espelho. Ela estava de lado e uma expressão se felicidade no rosto.

A outra tela,  Cleise estava sentada.O livro parecia estar apoiado sobre sua barriga já volumosa  e ela estava concentrada, lendo .

Na próxima tela , mais perto do cavalete,  Cleise estava com sua enorme barriga, uma mão na região do ventre, no "pé da barriga" e a outra mantida sobre o estômago  e olhava pela janela do quarto do casal. Parecia refletir sobre o futuro.

Examinei a tela mais recente  sobre o cavalete. Clay parou um instante de pintar e aproveitei para examiná-la melhor .

Cleise estava sentada sobre a cadeira de balanço que eu mesma estivera há poucos minutos. Felipe estava em seus braços e ambos estavam com os olhos fechados. 

Eu fiquei sem saber palavras - algo bem difícil de acontecer.

ass: Carla

❤❤❤❤

Nota da autora : 

Cleise e Clay começaram o ano com novidades .A chegada de Felipe mexeu com a estabilidade recém - adquirida do relacionamento deles.Carla - que estava na Bahia cuidando dos pais -, voltou para o batizado de Felipe mas quando chegou se deparou com o caos: seus amigos mal trocando uma palavra , Cleo assoberbada cuidando de tudo e Cleise à beira de um ataque de nervos ! É....rapadura é doce mas não é mole não....E Carla se vê no meio disso meio sem saber o que fazer.


Gostaram do capítulo? 

                  ❤Até a próxima❤









quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Capítulo 4- Agora é pra valer!!!

    Após  deixar a  portaria  e pisar pela primeira vez na calçada em frente ao edifício, fui albaroada por um misto de sensações incoerentes, boas e ruins .
   
     Sim! Eu li com avidez  todos os sites para gestantes e revistas especializadas que me deparei pela frente no decorrer dos meses, além de conversar com outras mães a respeito deste temor e de outros assuntos  no curso pré-natal .
    Que temor? Ora...  É que depois de meses de teoria, finalmente chegara o momento de ir para a parte prática da coisa, isso é, deixar de imaginar e virar mãe.
    Agora é pra valer!  Eu estava preparada para esse momento, certo?
     Bem, é claro que sim!...
.    Só que não!💣

    __ Esqueça tudo, Cleise ! Disse para mim mesma, frustrada -,Uma coisa é ler a respeito, outra é experimentar. Como é que  vou conseguir levar tudo  numa boa se a vida não cansa de me trollar assim?

    Suspirei. Há um mês- quem diria?-, atravessei essa mesma  porta de vidro carregando Felipe em meus braços e, envolta em uma doce nuvem de certezas, entrei com a cara e com a coragem nessa nova etapa da minha vida.
    Após esse momento idílico, porém,  a doce nuvem que pairava sobre nós evaporou-se quando as surpresas  acumularam-se  num  ritmo alucinante, sem nem me dar tempo para respirar .
    Nada era exatamente como imaginei.
    Atordoada, nem dei conta da passagem do tempo até que Carla me chamou através de videoconferência para dizer que retornaria de Minas para o batizado de Felipe dali a uns dias.

      __Oi? Mas ainda falta mais de um mês, Carla! - retruquei.Foi ontem que cheguei da maternidade...Não foi?

     Bastou esse comentário para que ela retornasse de Minas para o Rio num piscar de olhos.
     Essa é a minha amiga, sempre apagando incêndios..
     Agora, era ela quem não estava nem aí para minhas elocubrações mentais e me empurrava  porta afora.
     Hoje, mais cedo, foi a primeira vez que saí de casa depois de um mês de clausura voluntária.
     E não é que  esqueci de pegar os óculos escuros?  A  claridade   me ofuscou, mesmo àquela hora da manhã.
     Fechei os olhos quase no mesmo instante.
     Como um Morlock[1],  a Cleise que ainda existia dentro de mim  lutou com todas as forças para  sair do submundo em que fora relegada e emergir em direção à luz. Foi ela quem se manifestou com veemência:

    __ Minha Nossa!  Devo estar horrível, descabelada, sem fazer as unhas e  cheia de olheiras! Preciso dos meus óculos escuros!

     Nota : "Nossa, Cleise ! Que coisa melodramática ! Eca! Felipe é um bebê, por Deus! Corta essa frase! Está horrível esse texto, aff! Não merece constar nem  do meu diário pessoal . 
                
      Voltando ao normal em 3, 2, 1...


      Era como se a minha versão dondoca tivesse fugido assim que me tornei mãe.
      Será que eu tinha minha parcela de culpa nos ciúmes desmedidos do Clay? Será que ele não tinha um fundo de razão?
     Contive a custos o ímpeto de girar sob os calcanhares,correr para o elevador e voltar para o meu quarto, tomar meu bebê em meus braços e me fechar outra vez  no interior seguro da Nave Mãe.
     Quem diria que logo eu, Cleisimir dos Santos, acostumada a perder  horas de sono em noitadas, agora tudo que mais queria era conseguir dormir  uma noite inteira...e sozinha!
     So- zi-nha!!!💤
     Bêbada de sono e ainda de olhos fechados, espreguicei.
    O contato do sol sobre minha pele aqueceu como um carinho. Desisti da fuga e desejei ficar por ali mesmo, mesmo que por uns poucos minutos  a  mais, quietinha sob o sol..
     Carla tinha outros planos em mente para nós, porém, e voltou a me arrastar  até a rua e continuou caminhando e  me levando arrastada com ela.
    Depois de um tempo, ela parou de me puxar e soltou meu braço, passando a caminhar mais um pouco em  frente, na certeza de que eu a acompanharia sem reclamar..
     Percorremos a avenida 28 de Setembro até chegar ao Bob's na esquina  com a rua  Souza Franco
     Eu a seguia logo atrás,ainda em estado de torpor. Mas não era o bastante para me calar :

__ Para que caminhar tanto apenas por um suco de laranja , Carla? Tenho que retornar logo para ficar com o Felipe...

__ Não tem não! Cleo está com ele e temos três horas pela frente até que ele precise mamar de novo.

__ E se algo acontecer e a Cleo precisar de ajuda?
 
    O boêmico bairro de Vila isabel  também estava custando a  acordar  neste domingo preguiçoso , sem as pessoas que transitavam  para pegar ônibus para o trabalho ou para estudar na UERJ a poucos metros de distância.
     Não ia demorar porém, até que  os pontos de ônibus  retomassem à vida quando um monte de adultos e crianças carregando cadeiras e bolsas, seguissem para a praia.
  __ Clay está no ateliê, não está? Já está mais do que na hora dele ser um adulto resposável... - Ela comentou enquanto se decidia por algo para comer, olhando para o menu fixado no painel atrás do caixa da lanchonete.
     Por fim,pediu uma salada de frango.
     "Carla não era vegetariana?" Estranhei. " O que foi que eu perdi?"
     Resolvi não perguntar nada, porque não queria demorar muito mais do que necessário por ali, estendendo a conversa para além do tempo de tomar o tal  suco de laranja.
       O combinado era apenas  tomar um suco , sem nenhum papo-cabeça!

       Escolhi as palavras certas antes de retrucar:
 __ Ele está sim, no ateliê , mas duvido que saia de lá por qualquer coisinha.

      Ela me olhou de soslaio.

__  Qualquer...coisinha?  Vamos conversar depois sobre isso tudo,  tintim por timtim.  Antes, vamos comer, que  estou morta de fome Vai querer o quê?

__ Hum.,.. Vou te acompanhar no pedido. Uma salada de frango é mesmo uma delícia irrecusável, não é?

   Ela riu antes de comentar:

 ___ Vim aqui por você, tá? Pode esquecer que não vou cair nessa não.Em outro momento pode perguntar o que quiser sobre mim, está bem assim? Mas hoje, para variar, vamos falar de você.

     Ela me interrompeu antes que eu esboçasse uma frase :

__ Não vamos falar sobre Felipe, nem mesmo sobre  Clay. Que tal falar sobre você, Cleise? Já se deu conta que há meses  não escuto me contar nada  que seja sobre você mesma, minha amiga? O que está havendo?

    Mordi o sanduíche e os pensamentos começaram a rondar minha mente. E se maionese fizer mal para o Felipe ?

    Ah! Não vai fazer a menor diferença para ele se eu como ou não o sanduíche com maionese... É... Não tenho como saber se ele é intolerante  porque... ele não mama....

       E aí,  foi a vez do sentimento de culpa voltar com tudo.

__  Como se sente, Cleise?

      " Como  traduzir um poucas palavras tantos sentimentos confusos?"

     E sem me dar conta , desabafei  em voz alta:

__ Estou exausta!

__Eu sei disso, Cleise e é por isso que vim correndo.O que posso fazer por você?

 __ No momento, estou exausta mesmo! Preciso dormir, sabe? E fico sem graça de chamar a Cleo todo o tempo. Por mais que ela esteja lá para ajudar, ela... .Acho que se eu pudesse dormir já era um bom começo.
__ E dinda, Cleise? Porque ela não está ao seu lado?
__ Ela ficou com raiva quando fui visitar Larissa no finalzinho da gravidez dela. Se sentiu traída, até entendo...Mas como recusar o convite do meu pai?
     "Meu padrasto agora esta às voltas com o primeiro ano do seu próprio filho. E sabe como é, Carla, durante anos minha mãe quis ter outro filho mas Roberto disse que uma criança ia atrapalhar tudo,  que  eu estava crescendo, precisava de atenção e o tempo foi passando.."
   "Aí, ele conheceu a Larissa, anos mais nova  que minha mãe, e quando ela menos esperava , Larissa se tornou a segunda mulher de meu pai e- a cereja do bolo-, eu e e ela ficamos grávida  quase ao mesmo tempo. Imagine só! Meu filho e meu meio irmão tem  menos de um ano de diferença entre eles ! Isso foi demais para ela..."
__ E sua avó, o que diz sobre tudo isso?
__ Aí que está. Ela fica enchendo a cabeça da minha mãe contra Roberto, e até sobre mim, porque estou em pecado mortal, já que não oficializei perante Deus meu casamento com Clay e agora, o meu Felipe é a confirmação perante aos olhos de todos, do meu mau passo. Pode uma coisa dessa?
__ Eu sei , Cleise, eu sei. Racionalmente a gente entende tudo isso. Eles são de outra geração. Se já é difícil para nossos pais, imagina para nossos avós... Uma pena! É o primeira bisneto da família Santos.. O coração fica machucado né?
__ É!- Murmurei.
__ Eu...eu queria ter minha mãe pertinho de mim, perguntar tantas coisas  e  a verdade é que nunca me senti tão sozinha...
__  Vamos com calma, certo? Uma coisa de cada vez. Agora vamos voltar para sua casa e eu ficarei com Felipe até ele acordar e você , minha cara, vai dormir.  Melhor...   Vai tomar um banho relaxante e aí sim, dormir. Meia hora, que acha?
__ Dormir por meia hora ? Meu sonho de consumo -  forcei o sorriso.
__ Vou ficar um tempo aqui com vocês e amanhã mesmo vamos ver se conseguimos adiar o batizado de Felipe. Nâo teremos como resolver tudo da noite para o dia...
__ Isso é verdade...Combinado então.

      Agora sim, eu estava pronta para voltar para casa. Com o coração  um pouco mais leve e os pensamentos que  começavam  pouco a pouco a  ficar claros como o dia de sol que tínhamos pela frente.

                                                                                                   ass:Cleise

 
[1]Morlock.Os morlocks são personagens criados pelo escritor britânico H. G. Wells para seu livro A Máquina do Tempo. São seres humanóides que vivem nos subterrâneos do século 8.028. Eles descenderam dos seres humanos que se abrigaram no subterrâneo após uma guerra nuclear que devastou o mundo. Ao longo de mais de 800 mil anos de evolução estes humanos acabaram dando origem à uma nova espécie, os Morlocks. Essas criaturas são muito pálidas devido à falta de melanina, são sensíveis à luz do sol e quase cegos. Eles se alimentam de Elois, outra raça derivada dos humanos que ficaram na superfície.


Nota da autora:
Chegou agora para ler a história?
 Recapitulando até aqui :
 Cleise e Clay estão às voltas com o nascimento do primeiro filho, Felipe. Temporariamente, Cleo- a mãe afetiva de Clay- se mudou para a casa de Cleise para ajudá-la nessa fase inicial, despertando a ira da mãe de Cleise- Margarida-, que também despeja sobre a filha a revolta em ver o padastro de Cleise deixá-la por outra mulher, mais nova que ela- Larissa.E tudo piora quando Larissa engravida. 
Margarida- mãe de Cleise-, Gisela- mãe de Carla e madrinha de Cleise-, Cleo e Paula- que namoravam escondidas desde a adolescência e que se tornaram mães de Clay-, formavam o "Quarteto ternurinha "em meados dos anos 70. A paixão de Cleo e Paula- esta que  é a mãe biológica de Clay- resistiu às passagens das décadas e rompeu barreiras até que Paula, em plena "meia idade", resolveu fazer as pazes com a sociedade e se casar com um homem, abandonando a companheira Cleo.

Gostaram do Capítulo? Em breve, vou apresentar a capa desse novo livro para vocês! Fiquem atentos!

                                                               ❤Até a Próxima!❤
                                   



segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Capítulo 3-Tudo bem quando termina bem!

__ Oi, OI, OI! Não é muito cedo para um striptease não? Ainda não são oito da manhã!- Ela disse entrando de supetão pela porta entreaberta do quarto.
__ E tem horário certo para um striptease, Carla? - retruquei,  fechando a abertura especial do sutiã de amamentação.

Tanto trabalho procurando sutiãs , decidindo entre sutiã com e sem  bojo ou que tivesse  aquela abertura frontal..
Entrei até em site de pergunta e resposta na web, para perguntar a respeito do que comprar e me responderam que "os melhores têm abertura frontal, por meio de um ganchinho ou peça de encaixe, e são bem fáceis de abrir e fechar com uma mão só, já que com a outra você estará segurando o seu bebê. Essa abertura é no próprio bojo, mas permite que o mamilo fique para fora e o resto do seio continue sendo sustentado pela parte de baixo do sutiã." 

Aí, decidi por fim por dois sutiãs de amamentação, e só  encontrei na indefectível cor caramelo. 
É meio como se a mãe deixasse de ser mulher e não pudesse ousar nas cores, só restando para ela usar sempre a cor caramelo. Argh!
 Enfim..Agora estou aqui, depois de tanto preparo e ...Eu não consigo fazer o Felipe pegar o seio. Simples assim. Não tenho leite!
Na maternidade foi um suplício, mas a enfermeira havia dito que talvez em casa, num ambiente conhecido, o leite pudesse descer com mais tranquilidade e sentindo o cheiro, o bebê pegaria o seio. 
Eu até achei graça ao ouví-la  a se referir a meu filho como se de repente  se transformasse num cão perdigueiro, e meu peito, em um fast foood...

 Sorri com tristeza, pegando a mamadeira que  havia deixado preparada com a fórmula  receitada pelo pediatra para lactantes, caso mais uma vez Felipe se recusasse a mamar.
 Ela apertou os olhos enquanto observava  a gula com que Felipe passou a tomar o leite na mamadeira e fez a pergunta certa- aquela que eu preferia não responder:
__ Você não comentou que Felipe estava tomando mamadeira...Aliás, havia dito que não estava com problemas com a amamentação...
__ É presente para Felipe?__,  Mostrei o embrulho nas mãos dela e ela me entregou um dos  embrulhos coloridos que trazia. 
__ Sim... e não. 
Abri o presente e entendi o recado. Era uma bombinha de sucção manual. 
__ Agora vou virar uma vaca, sendo ordenhada?
__ Progredimos, viu só? Há pouco mais de uma nos a gente estava sendo chamada de tia numa lanchonete às onze da noite e agora...
__ Agora eu virei uma vaca leiteira! 
__ Eu ia dizer que agora você está casada, com um filho lindo nos braços e eu, por minha vez, sou agora uma psicóloga formada  e  voltei para assumir meu posto de madrinha dessa fofura! Posso?

Com exceção de Cleo, que na condição de "avó" segura o Felipe desde que chegamos do Hospital, Carla é a primeira pessoa que se dispõe a segurar meu filhote.
__  Claro que pode, Carla. Já vai se acostumando com ele, afinal terá que segurá-lo ao ser batizado, não é?
__ E o meu futuro compadre, onde está?
__ Está no quarto dele...no ateliê, quer dizer...-Apressei-me a consertar o que deixei escapar sem perceber. __Eu não havia pensado nisso, Carla, onde você vai ficar agora? O seu quarto está lotado de telas e tintas, você não vai aguentar aquele cheiro não! Se ao menos tivesse me dito que vinha dias antes do batizado...
__ Sei... E tem alguma dúvida que eu ficarei por aqui?- Disse passando a mão sobre o lençol-, Essa cama de casal sempre foi meu desejo de consumo mesmo, afinal o colchão dela é bem mais macio que a cama que ficava no meu quarto.
__ Obrigada- respondi ao perceber que ela não ia me perguntar diretamente aquilo que já estava ficando óbvio para todos.
 Eu e Clay não estamos nada bem.
 Carla apertou os olhos novamente, como era do seu feitio fazer quando queria examinar alguma situação e em seguida sorriu:
__ Não por isso. Será um prazer  ajudar com as mamadas noturnas. Depois, minha missão é sair daqui com esse fofucho mamando com gosto da forma mais natural possível ! Sem essa de mamadeira!
__ Quem te falou sobre isso? Foi Cleo?
__ Não. Dessa vez foi sua mãe, a dinda Margarida, quem me falou da dificuldade. Ela percebeu que a situação quando te acompanhou na maternidade e me contou quando liguei para ela porque achei que ela estivesse aqui, ajudando vocês nesses primeiros tempos...
__ Pois é... Mas não está. 
__ Nem ela, nem o Clayton, pelo visto.

Dei de ombros.

__ Por falar nele, Cleise, eu gostei de ver o trabalho que você fez ao reativar o Blog. Vi que até teve muitos comentários na postagem do Clay sobre o Barão negro. Não conhecia aquela história.

Carla é  assim, "Morde e assopra".É o jeito dela, já estou acostumada,mas não dei o braço a torcer.

__ Nem eu, acredita? E Olha que o Palácio Amarelo fica aqui mesmo no Rio ,na cidade de Petrópolis, achei a matéria em si bem interessante.
__ Mas...
__ Mas eu não sei se tem algo a mais em ver o Clay fazer uma matéria sobre um herói mineiro. A família de Clay é mineira, entende o que quero dizer?
__ Achou que foi uma forma dele procurar pelo conhecido para se sentir seguro?
__ Não sei, Carla, a psicóloga aqui é você!
Ela me devolveu meu pacotinho para meus braços.
__ Acho que ele precisa trocar a fralda, mamãe! Vamos combinar assim: você me ensina a trocar fralda que eu te ajudo a usar essa bombinha de ordenhar vaca!

Eu  devolvi Felipe para o berço.

__ Pegue o trocador portátil para mim dentro da bolsa dele.
__ Trocador portátil? 
Sorri. Um mês atrás eu mesma nem imaginava que isso existisse...
__  É isso aqui. Eu sempre deixo na bolsa para ficar mais fácil , embora eu só tenha saído nesse primeiro mês para ele tomar a vacina BCG...
__BCG? Já está usando o dialeto materno?
__ Não é um dialeto- ri antes de comentar- é o nome da vacina contra a tuberculose...Bom aprender, vai que qualquer dia.é a sua vez de entrar nos domínios maternos...Até onde eu sei você bem tem se esforçado....
Ela desconversou e não deu o braço a torcer.
__ Ah!.... Então já entendi o motivo dessa tristeza!É falta de sol! Carioca não combina com falta de sol. Vamos sair e depois....disse, enfatizando a palavra depois -, quando voltarmos do passeio aí teremos tempo para conversar.
__ Eu ainda não posso sair com Felipe, ele ainda não tomou todas as vacinas e...
__ Não! Não pode  desgrudar dele nem um minutinho? Está querendo virar a mãe do ano por acaso? Vamos aqui em frente tomar um suco de laranja, já que você não pode beber e daqui a meia hora no máximo, estremos de volta. Esse bezerrinho vai conseguir ficar longe de você por meia hora,, Cleise, relaxa! A Cleo fica com ele.
__ Mas...
__ Sem mais, Cleise!-, Cleo entrou no quarto e falou: 
__ Tanto estresse pode estar prejudicando tudo, até a descida do leite..
__ Eu não acho que isso possa ajudar e depois ele é muito novinho, como vou voltar da rua para pegar ele...
__ Você não pirou assim quando eu o peguei no colo, Cleise, não está sendo coerente, sabia?
__ Pode ser, mas na hora eu nem pensei que você estava chegando da rua e agora...Não deveria ter deixado pegá-lo no colo, assim como não deverei sair de casa só para trazer germes para ele.

Carla suspirou. No fundo eu sabia que tudo era um exagero, uma piração mesmo, mas eu não conseguia evitar.
__ Cleise, eu mesma já levei o Felipe na rua, esqueceu?
__ Meia hora? perguntei, vencida.
__ Meia hora! E na volta você toma um banho antes de pegá-lo no colo.
__ Certo.
__ E o Clay?
__ Estamos conversando há um tempo já , se ele ainda não se deu conta da minha presença, não é agora que vai se importar.
__ Concordo.
__  Clay não é sua responsabilidade. Sua responsabilidade é Felipe. Depois creio que eu possa ajudar com isso...
__ Talvez. 
__ Toma Cleo, para vestir no Felipe depois do banho- entregou o outro pacotinho que trazia. Cleo perguntou se poderia abrir e eu assenti com a cabeça:
__ Um body azul escrito Boy? 
__ Pois é...A vendedora , mal eu entrara na loja, já foi perguntando se o presente era para menino ou para menina. Eu bem que tentei trazer uma cor neutra, tipo verde ou amarelo,achei que você iria preferir assim. Mas olha, pensando bem... Cor não tem sexo, não é? Então menino também pode vestir azul...É só uma cor, como qualquer outra... Se meninos podem vestir rosa e está tudo bem, então também podem vestir azul e está tudo bem também. Por isso eu aceitei a opinião da vendedora. Bater o pé para agir diferente, na verdade, seria concordar que cor  tem sexo e que algumas cores seriam proibidas! O que estava longe da verdade...Então...Eu até falei das cores para ela- e ela surpresa, disse que nunca ouvira falar sobre isso, mas aceitei trazer o Body que ela sugeriu porque gostei dele, e não pela cor em si.
__ Só você, Carla...mas, faz sentido sim!- Concordei.

__ Pois é isso mesmo, Dinda*! Cleo falou sorrindo-, vou lavar a peça e secar na secadora de roupas, antes de dar um banho bem gostoso no pequeno enquanto a mamãe relaxa por meia hora-, disse piscando o olho- ou até um pouquinho mais. A mamãe merece!
__ Vamos Cleise, vamos tirar esse mofo de você! Só daqui a três horas esse bezerrinho vai acordar mesmo! Temos tempo!  E vamos comprar uns sutiãs que não sejam cor de burro quando foge. Estamos do lado do Shopping Iguatemi, tem que ter algo decente para uma mamãe desse século por lá!.-Carla me falou às gargalhadas enquanto me empurrava em direção à porta.

   Não pude evitar de espichar o olho em direção ao ateliê enquanto deixava o apartamento, mas a maçaneta da porta do antigo quarto da Carla, hoje ocupado por Clay, nem se mexeu. Suspirei. 
   Eu realmente precisava de um tempo e ao menos agora com a Carla de volta, tudo voltará a ficar bem.
  Vai sim...
  "Tudo  bem quando termina bem"- repeti para mim mesma-, e a minha história ainda terá um final feliz!

                                                                Cleise

* Dinda- Forma carinhosa de se referir à madrinha de batismo, na religião Católica.

Nota da autora: 
Cleise está as voltas com os primeiros desafios da amamentação. Clay, por sua vez, está com ciúmes do filho e isso está refletindo na vida do casal. 
Mas com a chegada de Carla, a poucos dias do batizado de Felipe, tudo promete mudar...e mudar para melhor.
Gostaram do capitulo? Deixe sua opinião e comentário! Sua participação é sempre bem vinda!



















terça-feira, 27 de novembro de 2018

Capítulo 2-Ser trollado pela vida adulta:...Mitou!!

        Como a intenção desse projeto é ouvir você, aproveito o post de hoje para esclarecer algumas dúvidas dos leitores!Afinal, qual o propósito de Blog3k?  
                           
  O livro "Blog3k- Trollados pela vida adulta " se vale do humor para desconstruir alguns mitos!
  Nessa postagem vamos conhecer seis deles!
  Começamo nossa lista com ela : a  linguagem!
   O mito dos mitos!
   Mito 1- Não se pode , nunca, jamais, em tempo algum...usar gírias em livros!
 A Linguagem deve ser sempre formal,  com utilização de rígidas normas gramaticais , porque dentre outros motivos  , evita-se que o livro se torne temporal, isto é,  reflita uma época onde aquela gíria utilizada era comumemte empregada.
  Faz sentido para você?
  Claro que faz!
   E tem toda a razão em alegar isso! 👀
   A questão é que essa gíria era necessária ao enredo, porque os jovens protagonistas , ainda que na casa dos 30 anos, se comportavam como adolescentes.
  O tema abordado é justamente esse : a adultescência, que leva aos adultos a se comportarem como se fossem adolescentes!
   É um fenômeno recente, portanto, bastante atual.
  O vocabulário deve refletir a proposta do livro, o que torna a linguagem uma ferramenta do escritor.
   Além disso, há  no subtítulo uma giria .... Trollados!
   Trollados?
   Porque trollar é o termo atual para enganados e é mesmo isso que foi abordado em Blog3k.
   Como não temos acesso a todas as informações ficamos vulneráveis e tornamos nossa perspectiva muitas vezes manipulada pela mídia.
   E aí que chegamos a um só tempo a dois outros Mitos!
  Mito 2 e Mito 3- Rosa é cor feminina e homem não tem cancêr de Mama!
   Grande parcela da população associa a cor-de- rosa da capa ao aspecto feminino e assim acham que Blog 3k foi escrito e direcionado especialmente a este público.
   É justamente por conta dessa asssociação entre rosa e o feminino que no mês de Outubro tempos a campanha Outubro Rosa contra o câncer de mama, e por si só, já temos duas informações contraditórias: a cor rosa associada ao feminino e que o câncer de mama mata apenas pessoas do sexo feminino. Tanto uma citação quanto a outra estão enganadas...É... Você foi trollado!
    Ao contrário daquilo que hoje é aceito pela sociedade, a cor rosa ser usada para o sexo feminino não tem a ver com biologia ou psicologia, e sim com marketing.
   Até o fim do século 19, tintura de tecido era cara, então os pais não se preocupavam com isso. A definição das cores “certas” para cada gênero surgiu só no início do século 20. E era o inverso da atual! Um catálogo de roupas dos EUA de 1918 dizia que o rosa, por ser mais forte, era adequado aos garotos. E o azul, por ser delicado, às garotas!Foi só entre 1920 e 1950 que as lojas começaram a sugerir azul para eles e rosa para elas, como forma de agitar as vendas.
   Além disso, ainda sobre o Outubro Rosa, há ainda outro engano: o câncer atinge as mamas dos homens também, e também eles precisam ficar atentos. Apesar de que o sexo mais atingido seja o feminino,contrariando o que muitos pensam, a doença também acomete os homens.
    Isso porque as glândulas mamárias estão presentes tanto em pessoas do sexo feminino quanto masculino (em menor quantidade). Há muita falta de informação e preconceito em relação ao câncer de mama masculino, e por isso geralmente a  detecção é feita em estágio avançado, o que pode dificultar o tratamento e haver metástase.
   O câncer de mama masculino não é uma doença frequente. Para se ter uma ideia, em cada 100 casos em mulheres existe pelo menos 1 caso em homens com o diagnóstico da doença. A susceptibilidade do homem ao câncer de mama provém do período embriológico, quando homens e mulheres recebem as mesmas estruturas que formam as mamas, que permanecem rudimentares em ambos os sexos até a puberdade, quando por ação dos hormônios ovarianos, sobretudo o estrogênio, inicia o desenvolvimento glandular mamário nas mulheres.
   No homem, fatores que promovem aumento do estrogênio, como alcoolismo, obesidade, doenças hepáticas, medicações, entre outros, iniciam o desenvolvimento glandular e podem também dar início à formação do câncer de mama.
  A propósito, mencionar a cor e a campanha Outubro Rosa  não significa que deve-se deixar de fazer o autoexame ou procurar ajuda médica, certo?
   Apenas pontuei como costumamos ser alvo de preconceito velado até em ações do dia-a -dia, aparentemente inofensivas, ou até mesmo,  com intuito de ser para o bem público.
  Como costumamos dizer: com a melhor das intenções.
  E porque haveria um homem na capa do livro? É mesmo um homem na capa? O que faz dele um homem? Sua barba? E o que faz dos dos outros avatares, mulheres? Seus cabelos?
  A verdade é que não sabemos quem são.  E essa foi a razão da escolha dos avatares .
  Mexer com nossas certezas sobre perfis, num momento em que o egocentrismo é tão evidente.
 Além dessestrês amigos, personagens principais do livro, há a presença de suas mães na narrativa.
 Juntas, as mães formam o "Quarteto Ternurinha."
 Mito 4- Sexo não é mais tabu!
   Pois é...Seria bom se fosse verdade...Só que não é! rs
   Através das mães dos protagonistas  foi abordado  a questão da sexualidade, ao falar de uma mulher solteira que se casou para dar um pai para sua filha(Margarida,mãe da Cleise), outra que se casou nos moldes tradicionais da época( Gisela,mãe da carla) e as outras duas, sobre um casal de bissexual e uma homossexual ( mães de Clayton).
Mito 5- Falar de sexo envolve descrições sexuais!
   Apesar de que o livro fala sobre sexualidade, não há relações sexuais nele, para desvencilhar a noção de que para se falar de sexo é necessário fazer/descrever cenas sexuais. Embora existam muitas cenas de romantismo e o sexo é uma linguagem corporal própria do universo adulto, o propósito era quebrar a necessiadade de usar cenas picantes para descrever emoções!
Amor e sexo podem caminhar juntos mas infelizmente , sexo pode nem mesmo ser expressão de amor!
Mito 6 - A homossexualidade como sinônimo de promiscuidade!
 E outro ponto foi desmistificar a hossexualidade como sinônimo de prosmiscuidade, assim o casamento de Paula e Cleo é duradouro,e no inicio da trama, elas comemoram 25 anos juntas.
                                                               ❤❤❤
     Você gostou de saber mais sobre Blog 3K?
     O que achou dos assuntos abordados no livro?
    Blog3k  já está disponivel na Amazon e estou fazendo agora um spin off / continuação dele!
    Você pode acompanhar passo a passo a construção deste projeto, aqui mesmo, nesse Blog Trollados pela Vida.
     Até o título desse novo projeto será feito levando em considerações o seu comentário! Que tal?!
   E todo mundo que ajudar- quer com comentário ou sugestão-, terá seu nome nos  Agradecimento desse Novo livro! Bom né? ☺
                                                               ❤❤❤
   Por ora, conheça a sinopse do livro original Blog3k-Trollados pela vida adulta :
Link do Livro na Amazon:https://www.amazon.com.br/Blog-3k-Trollados-Pela-Adulta-ebook/dp/B0754KFWHS
"Quatro amigas formavam o Quarteto Ternurinha nos Anos 70. Anos depois, seus filhos se reúnem para dividir a criação de um projeto,O Blog 3K, que os levará rumo ao estrelato...desde que não descubram que os jovens descolados estão,naverdade, na faixa dos trinta anos e foram trollados pela Vida Adulta. Com uma fina camada de ironia e doses generosas de humor permeando toda a trama,Blog3K discute as perspectivas do que é ser jovem quando a vida requer maturidade e decisão"